25.1.09

Não é como nos filmes

Não, a vida não é como nos filmes. Talvez seria mais elegante se assim fosse, mas a realidade magoa um pouco mais e não é possível talhar uma vida inteira em cenas absolutamente perfeitas.

Amar demais é sempre possível. Mas, infelizmente, amar alguém por completo todos os dias é improvável. Os casos amplamente difundidos devem ser classificados como lendas, pelo teor de fantasia que carregam, ou então lendários, eventos que jamais acontecerão novamente.

Hoje eu posso garantir que dei a cara para bater mais vezes do que deveria. Mas me orgulho em afirmar que faria tudo de novo para aprender o que trago comigo até aqui. Se a sensatez que nos faz viver mais e com mais parcimônia, é a teimosia da falta dela que nos faz guerrear enquanto for possível enxergar horizontes.

Eu lutei. Derramei sangue, suor e lágrimas a cada passo do caminho que decidi percorrer sem precisar pensar duas vezes. Não há alma no planeta capaz de provar que isso não é o mais sensato. Se a vida é uma sucessão da glória das conquistas e do aprendizado dos fracassos, lutar por cada um deles na vida é essencial pra conseguir o que se almeja na vida.

E lutei também por amor. E, a este capítulo, dei o melhor de mim e mais tudo o que pude encontrar. A sensação sublime do amor me fez travar batalhas da maneira mais ferrenha que já consegui. Jamais me escondi. Jamais me acovardei. Jamais deixei de acreditar. Até agora.

Mas não é como nos filmes.

As brigas não terminam em beijos. Aqui, o tempo aceita se manter imóvel nos momentos graciosos de um casal, mas voltará para cobrar cada segundo durante os momentos difíceis.

Nos filmes, os problemas encontram solução em uma ou duas cenas. E as cenas que acompanhamos todos os dias nos garantem que isso é ilusório e que problemas consomem mais tempo e esforço do que deveriam, e, às vezes, precisam ser deixados para trás, mesmo sabendo que a possibilidade de esquecê-los é nula.

A cena que acabo de colocar em minha memória para que jamais seja esquecida é magnífica. Envolve conquistas grandiosas, amor, paixão e felicidade por toda uma vida. Contém sonhos e aspirações, das simples e infantis às mais arquitetadas, estabelecidas num mundo feito para duas pessoas que jamais precisariam de nada além da presença um do outro. A representação mais sincera de algo lendário. E ela vai porque talvez ela tenha realmente acontecido, mas há de perder-se porque não será repetida e nem gravada de outra maneira.

Não, não é como nos filmes.