17.9.06

Pedaços...

Bom, depois de uma magnífica semana de calor insuportável, vamos aproveitar o fim de semana frio e chuvoso para escrever besteirinhas.

Vou deixar mais um pedaço de texto, até mesmo porque não existe uma versão completa (neste momento, você, leitor fiel, que é culto, profundo e bem vivido, reflete - "suspeitei desde o princípio..."). Prometo terminar isso em breve.

Trecho de "O garoto das mil cartas de amor"

"Em tempos de extremas confusões e sensações intensas, garotos e garotas tendem a passar horas entre olhares, abraços, beijos. Às vezes profundos, românticos, apaixonados; outras, fúteis, vagos, como se tudo representasse um processo de aquisição de experiência. Algo que poderia, talvez, justificar-se no espírito jovem, tão indomável e de difícil compreensão.
Alguns garotos e garotas, porém, buscam apenas um caminho para conseguir extrair o máximo de intensidade de todas as sensações. Não sentem a necessidade de consumir horas e mais horas perdendo tempo em diálogos sobre o nada; simplesmente percebem que o essencial se encontra em alguns breves momentos (segundos, geralmente; minutos, com alguma sorte), e que essas pequenas porções de tempo podem ser prolongadas por quanto for necessário. Não, o ideal dessas pessoas não é a memória do beijo, uma simples lembrança com a ausência do ato, mas sim o clímax, o ponto mais alto que poderiam alcançar juntos, o instante exato em que as sensações seriam absorvidas pelo corpo, pela mente, pela alma, estabelecendo uma relação mais do que completa. Algo que simplesmente abandonaria o plano terreno, o comum, o banal, e inauguraria um plano maior. Mais profundo.
Amor talvez seja pouco quando pensamentos seus me vêm à cabeça. Há um plano maior, meu e seu, e eu vivo menos sabendo que estamos assim, cada um na tristeza e simplicidade de que somos feitos, sem nada além disso.
É, eu vivo menos..."

Carta anônima. Era forte demais para ser tão impessoal. Como alguém poderia domar as palavras com tanta destreza, transformá-las numa espada de golpes firmes e certeiros e esconder-se como um covarde?
Tudo ultrapassava o seu entendimento. Ainda assim, não se sentia tão bem há algum tempo. Apesar das lágrimas que aquele simples pedaço de papel havia lhe proporcionado, sentia-se admirada. Amada, como deveria ser sempre.

O autor permanecia desconhecido. Longe dali, ele sonhava com sua donzela e com o plano maior que habitavam, como de costume.

A que distância estavam realmente um do outro, para quererem se encontrar e nunca conseguir? Quão distantes podem estar dois corações cujo destino é ser um só?

Já escrevi demais por hoje, portanto, vou deixar as respostas para outro dia.

Los Hermanos - Condicional

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
E alguma coisa a gente tem que amar
Mas o que, não sei mais

Outro dia. Sempre outro dia.

2 Comments:

Blogger Tomiate said...

Não fosse o seu 'layout' beirando o ogro, eu diria que você é gay.

Mas nas atuais circunstâncias, devo dizer que você é um macho sensível.

18/9/06 00:37  
Anonymous Anônimo said...

Poutz meu....
q lindo
sem mais =]

18/9/06 00:59  

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