31.5.07

Um valete e três rainhas

Cada criança que nasce, merece ser acolhida com plena afeição. Para isso, os familiares lhe reservam tempo e cuidados, desejam que nunca lhes falte nada, mas nem sempre estão próximos o suficiente para que isso aconteça.

Em certos casos, porém, há quem saiba fazer mais do que apenas observar. Quem queira ocupar espaços que não poderiam ser deixados em branco, e que queira inserir caráter e personalidade em quem, talvez, não tenha força para se guiar sozinho e entender que isso não se criar de uma hora para a outra.

Talvez seja pessoal demais para ser transformado em palavras minimamente coerentes. Talvez não.

Desde que me conheço por gente, me vi cercado por rainhas. Eram três ao redor de meu berço: amor, proteção e força. A primeira não era facilmente encontrada, mas era intensa demais para ser esquecida em qualquer ocasião. A segunda, mais próxima, cuidava. Vigiava. Acompanhava todos os passos e sempre olhou com esperança o homem que se formava.

Força. Esta é a palavra mais próxima para definir quem ensina tudo o que deve ser aprendido. Em todos os aspectos. Ela criou o caráter, e fez crescer a personalidade que deveria acompanhá-lo. Transformou o seu suor e sacríficio em benefícios que jamais poderão ser agradecidos. Até mesmo porque uma vida não seria suficiente.

Ensinou a ser fortaleza, porque sabia que o seu tempo era curto.

Essas são as lágrimas que eu tenho a derramar. Não poderei agradecê-las o suficiente por me colocarem onde estou. Sem elas, eu não seria nada. Eu não teria nada. Eu não gostaria de ser nada, e, certamente, para as rainhas que me ensinaram a não deixar de acreditar porque simplesmente não existe um motivo para isso, essa seria uma declaração de derrota.

Sem derrota. Sem fracasso. Sem esquecimento. Porque me ensinaram tudo, menos a lamentar e não seguir em frente.

Eu seguirei em frente. Sempre. Porque, se você perguntar para qualquer uma delas, é assim que deve ser.