20.11.06

Boa fase

Faça algo que você já fez milhares de vezes pela última vez. De uma forma única, óbvio - só assim é possível redescobrir um pouco de graça em algo que não é inédito. Faça bem feito. Ou perfeito, é só uma questão de ponto de vista. Isso assusta os fantasmas do passado.

Reencontre seus amigos. O melhor de cada um deles, que é o que faz que você conheça o melhor de você. Compartilhe risadas em larga escala. Sinceridade, honestidade, cumplicidade. Ou amizade mesmo, que é a definição mais perfeita pra esse conjunto de algumas das melhores sensações da vida.

Seja você mesmo. O máximo possível e todo o tempo. Muito mais é aproveitado quando se sabe com certeza a quem se está agradando.

(post curto, mas essencial pra entender os bons ventos. E são muito bons mesmo.)

7.11.06

Doce novembro

Poesia de novembro

Quis acordar e relembrar como era a vida pela manhã. Aspirar ar puro, renovar os sentidos. Queria sentir, mais uma vez, quanto sobrara nele daquele dia de domingo que ele jamais conseguiu abandonar por completo.
Ele era quieto. Gostava de escrever – era sua arte. Era apaixonado por carros, jogos de cartas e tinha muitos vícios vagos. Conversava de igual para igual com seus avós, discutia a época em que seus pais viveram e compartilhava as mesmas paixões pueris das crianças que conhecia. Ouvia música, muita música. Passava a maior parte do tempo preso nas miragens que construía em quatro compassos e algumas notas. Dominaria o mundo se fosse sensato, mas preferiu ver seus romances e palavras de amor além dos pedaços de papel.
Sim, ela também era quieta. Também gostava de escrever, mas sua arte era simplesmente ser ela mesma. Com todas as suas minúcias, todas as suas complicações. Era inteligente e inconstante, sempre ao mesmo tempo. Era menina e mulher, única em qualquer aspecto. Seria capaz de colocar o mundo a seus pés, mas decidiu que queria conquistar apenas seu mundo. E sorria por isso, todo o tempo. O sorriso mais plástico que há de se encontrar.
Romances e amores nos consomem. Porque são fortes, robustos, carregados. Possuem muito mais vida do que podemos, de fato, suportar. Nos vemos presos em furacões de sentidos, sensações e sentimentos. Acabamos com os romances e com os amores do mesmo jeito que somos totalmente destruídos por eles – sem jamais nos tornarmos capazes de entender a magnitude e grandiosidade que nos é proporcionada. Somos pequenos o suficiente para dar fim às coisas que simplesmente nos dariam mais vida.
Deveria ser algo imensamente triste, mas não é. Não é porque também não nos encontramos apoiados em bases sólidas o suficiente para dar cabo de nossos romances e amores. Porque, quando terminam, eles se fazem sólidos, sinceros. Chegam a fazer sentido – o que prova que só somos realmente felizes quando somos dominados por arroubos de plena insensatez, afinal, o amor não foi feito para fazer sentido. Jamais morrem porque simplesmente não deixamos. A memória se encarrega de torna-los espetaculares. Sensacionais. Seriam inacreditáveis se não fossem nossos, e, por isso, terminam sendo inesquecíveis.


Ainda falta um pedaço - vulgo maior parte do texto. Mas é um começo.

Porque esse mês tem tudo pra ser realmente louvável. Finalmente.