27.9.06

Sobre castelos de areia

Sonhos juvenis. Vontade de ser jovem uma outra vez, por alguns minutos. Fugir da rotina espaço/tempo e mudar o mundo com um estalar de dedos. Destruir os castelos de areia, imponentes e vagos - tudo ao mesmo tempo, que construí um dia.

(se não fossem imponentes e vagos, totalmente contraditórios, como aproveitaríamos algo da lição? A vida não funciona bem sem paradoxos.)

Castelos de areia são paixões passageiras. Estabelecemos quão grandioso deve ser o castelo, mas a idéia de fortificar suas bases jamais se faz presente. A ruína é sempre inevitável, mas nunca somos capazes de aceitá-la. É por isso que os castelos vêm e vão, um após o outro, sem jamais se tornarem fortaleza.

São beijos roubados. Palavras proferidas diante de uma multidão de sentimentos que se confundem e se atropelam. Nos confundem e nos atropelam. A bela arquitetura de nossos castelos nos ofusca, e esconde que o destino de tudo aquilo, que já deveria ser sabido desde o começo: castelos de areia nascem apenas para que o mar os desfaça.

Jimi Hendrix - Castles Made Of Sand

And so castles made of sand, melts into the sea...
...eventually.

23.9.06

Secret smile

Período de incertezas/dúvidas. Diria trevas, mas já seria muita frescura. Algumas lembranças me incomodam muito, mesmo sendo boas. Na verdade, são as lembranças ruins que me fazem seguir em frente, rumo a algo que eu não faço a menor idéia do que pode ser. Boas memórias me prendem no passado e em coisas que não existem mais. Isso não me agrada muito.

Não vou prolongar muito a minha linha de pensamento, até mesmo porque não há muita lógica nela. É apenas o resumo de uma vontade muito grande de trocar as lembranças por acontecimentos.

Dias melhores virão. A torcida por isso é uma luz que nunca se apaga.

(deixo o refrão da música pra moça que trouxe um pouco de alegria ao meu dia cinzento. Cada sorriso seu é meu também, e assim levamos a vida com a certeza de sempre haver algo bom nos pequenos momentos)

Semisonic - Secret Smile

Nobody knows it, but you've got a secret smile
And you use it only for me

20.9.06

O homem do jogo

Quando o mundo se torna cruel, busca-se um refúgio. Um lugar diferente, longe daqui. Um outro mundo, ou universo, mais calmo e tranquilo. Algo bom, belo, verdadeiro e perfeito.

Acho que eu perdi o mapa pra chegar nesse lugar em algum ponto do meu caminho. É triste, mas não deixa de ser engraçado. Não é algo que possa ser encontrado assim, de repente. Se alguém encontrar isso perdido por aí, uma folhinha com um rascunho de mundo utópico, com umas idéias bonitinhas rabiscadas num canto, por favor, me entregue. Negociaremos uma recompensa justa, claro.

[felizmente, ainda posso desfrutar dos cigarros por aqui. Dizem que isso acaba com a sua vida. Na verdade, viver acaba com a sua vida (pérola da lógica contemporânea). Na pior das hipóteses, eu tô adiantando um pouco o processo. Ainda assim, é um talvez, uma mera probabilidade.)

Pra completar, li o blog da Bel hoje e tive uma sensação totalmente nostálgica. Que saudade dos meus tempos de futebol. No glorioso Nacional Atlético Clube. Não que eu tenha parado de jogar ou que a qualidade tenha diminuído, mas...jogar brincando, por diversão...não é a mesma coisa. Joguei em todas as categorias do futsal. Aprendi, ainda bem moleque, o que era fazer gol e correr pra torcida (que, geralmente, começava com os pais de todo mundo e ia aumentando gradativamente). E eu fazia um monte de gol. E corria, como se minha vida realmente dependesse daquilo. E chamava o jogo pra mim quando tudo apertava, porque sempre é necessário ter alguém mais forte, mais preparado, mais confiante, mesmo que tudo pareça perdido. Como era bom o futebol, arte ou não, e como dói a saudade de deixar coisas boas pra trás.

De tudo isso, acho que eu consegui salvar a idéia de chamar a responsabilidade. Ela me acompanhou, como se fosse uma coisa natural minha. É bom, geralmente. Há sempre a certeza de que eu não vou ter vontade de correr daqui quando as coisas realmente apertarem. Afinal, pode tocar pra mim que é gol.

De placa, com certeza.

17.9.06

Pedaços...

Bom, depois de uma magnífica semana de calor insuportável, vamos aproveitar o fim de semana frio e chuvoso para escrever besteirinhas.

Vou deixar mais um pedaço de texto, até mesmo porque não existe uma versão completa (neste momento, você, leitor fiel, que é culto, profundo e bem vivido, reflete - "suspeitei desde o princípio..."). Prometo terminar isso em breve.

Trecho de "O garoto das mil cartas de amor"

"Em tempos de extremas confusões e sensações intensas, garotos e garotas tendem a passar horas entre olhares, abraços, beijos. Às vezes profundos, românticos, apaixonados; outras, fúteis, vagos, como se tudo representasse um processo de aquisição de experiência. Algo que poderia, talvez, justificar-se no espírito jovem, tão indomável e de difícil compreensão.
Alguns garotos e garotas, porém, buscam apenas um caminho para conseguir extrair o máximo de intensidade de todas as sensações. Não sentem a necessidade de consumir horas e mais horas perdendo tempo em diálogos sobre o nada; simplesmente percebem que o essencial se encontra em alguns breves momentos (segundos, geralmente; minutos, com alguma sorte), e que essas pequenas porções de tempo podem ser prolongadas por quanto for necessário. Não, o ideal dessas pessoas não é a memória do beijo, uma simples lembrança com a ausência do ato, mas sim o clímax, o ponto mais alto que poderiam alcançar juntos, o instante exato em que as sensações seriam absorvidas pelo corpo, pela mente, pela alma, estabelecendo uma relação mais do que completa. Algo que simplesmente abandonaria o plano terreno, o comum, o banal, e inauguraria um plano maior. Mais profundo.
Amor talvez seja pouco quando pensamentos seus me vêm à cabeça. Há um plano maior, meu e seu, e eu vivo menos sabendo que estamos assim, cada um na tristeza e simplicidade de que somos feitos, sem nada além disso.
É, eu vivo menos..."

Carta anônima. Era forte demais para ser tão impessoal. Como alguém poderia domar as palavras com tanta destreza, transformá-las numa espada de golpes firmes e certeiros e esconder-se como um covarde?
Tudo ultrapassava o seu entendimento. Ainda assim, não se sentia tão bem há algum tempo. Apesar das lágrimas que aquele simples pedaço de papel havia lhe proporcionado, sentia-se admirada. Amada, como deveria ser sempre.

O autor permanecia desconhecido. Longe dali, ele sonhava com sua donzela e com o plano maior que habitavam, como de costume.

A que distância estavam realmente um do outro, para quererem se encontrar e nunca conseguir? Quão distantes podem estar dois corações cujo destino é ser um só?

Já escrevi demais por hoje, portanto, vou deixar as respostas para outro dia.

Los Hermanos - Condicional

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
E alguma coisa a gente tem que amar
Mas o que, não sei mais

Outro dia. Sempre outro dia.

12.9.06

Lembranças...

É pensando na vida que a gente começa a lembrar das coisas. Algumas boas, outras ruins, outras piores ainda...enfim, foi fazendo isso que eu descobri umas das coisas mais interessantes que eu já escrevi. Aliás, é bem provável que eu nunca volte a escrever do jeito que escrevia antes - ainda não sei se isso é bom ou se é ruim, quem sabe um dia.

No fim

No fim, triste, confuso e sombrio,
sobrou-me a alma, tão cheia de ti
o luar vago, distante e frio,
memórias tuas que não esqueci.

Sofri por muito, vivi tão pouco,
chorei só, tornei-me desalento.
Fui, por febre, infantil e louco,
me perdi por te ter no pensamento.

E o amor que declarei foi puro,
mesmo inconstante, foi sincero,
complicado porém verdadeiro.

Sobrou-me apenas o sonho obscuro,
saudade do que tive e tanto quero,
a dor de perder-te por inteiro.

Isso já fez sentido. Algum dia...tudo faz algum sentido.

10.9.06

Reflexões de um bom feriado

"Dias de descanso"...desconheço totalmente essa expressão.

(e posso dizer que meu fígado concorda...)

Baladinha muito boa na quarta. Pessoal muito legal, música muito boa. Algumas coisas sensacionais, outras nem tanto - bom, é sempre assim. Conclusão do dia: não há limites para a lerdeza ou para a falta de sorte.

Churras sensacional na sexta, apesar do lugar longínquo. Muito divertido ver JoCs bêbados e falando coisas sem nexo incessantemente. Realmente divertido. Logo após, sinuca. Acho que eu tô aprendendo a jogar direito esse troço - a idéia de brincar com taco e bolas não me agrada muito. Saudades do pessoal, que anda bem miado...

Sábado...ok. Um passeio legal, bem divertido, tranquilo e saudável, mas informações de cunho confidencial não podem ser relatadas nesse espaço - e ninguém ia querer saber mesmo.

Sem texto bonitinho - a não ser os trabalhos pra Cásper - e nem música fofa. Esses devem voltar em breve.

(mudanças estão sendo efetuadas, ueba.)

(ok, Daniel "bêbado chato" Tomiate)

5.9.06

Meus amigos, meus amores.

Certas coisas na vida são tão preciosas que é impossível defini-las em poucas linhas. Amor, amizade...como falar de sentimentos tão belos, puros, fortes e que são a base de muitos momentos de plena felicidade? Qual a mágica presente no amor e na amizade? O que há de tão místico e profundo nestas coisas que as tornem tão impactantes na vida de cada um.

Sobre o amor, em sua forma puramente romântica, pouco tenho a dizer. Pouco sei sobre aquilo que muitos dizem ser capaz de unir corações e almas, semelhanças e diferenças. Meu conhecimento acerca deste sentimento tão surreal e transcendental é ínfimo, mas há em mim a certeza plena de que posso discursar sobre o amor fraternal.

Dizem que amigos são a família que nos permitem escolher. São anjos sem asas que convivem conosco para que possamos tirar proveito de tudo em nossas vidas. Viveríamos sem eles, muito provavelmente, mas tudo se tornaria mais triste, mais frio, mais triste e enfadonho. Eu jamais saberei dizer se a amizade é, de fato, o bem mais precioso disponível aos homens, mas eu posso afirmar, sem precisar pensar duas vezes, que os amigos que eu escolhi para mim habitam o lugar mais nobre e importante do meu coração.

Analisando tudo em seus mais complexos detalhes, eu considero improvável dizer o quanto meus amigos me enchem de alegria. Ou mesmo quão grande é a minha vontade de abraçá-los e protegê-los quando algo está errado. Se meu tempo aqui se encerrasse hoje, levaria todas as lembranças de vocês no peito e, por tê-los em um lugar, resumiria a amizade em uma só palavra: orgulho. Muito, muito orgulho.

Para pessoas muito especiais em minha vida. Para aqueles que compartilham os bons momentos e as grandes tristezas, sem razão ou motivo declarado, apenas pelo prazer de ser amigo e estar presente.

Aos meus anjos sem asas, todo meu amor. Beijos a todos vocês.

3.9.06

A poética do domingo

Dia morno. Dia chato. Dia de família.

Preciso de um auto-controle maior do que o normal para suportar os meus domingos. A perspectiva de uma nova semana me parece bem atraente, mas o último dia antes do começo de tudo é pesado. É o dia da ressaca, das idéias sem sentido, da falta do que fazer.

Há muito não sei o que é um bom domingo. Aliás, há muito não sei realmente o que é bom.

Não, não é uma boa fase. Mas fase sempre passa.

Coldplay - The Scientist

Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start

1.9.06

Tiny teaser.

Apesar de todas as correrias, eu encontrei um tempinho pra escrever algo útil. Na verdade, nem é tão útil assim, mas é fofo/meigo/bonitinho. Uma belezura.

Trecho de "O garoto das mil cartas de amor"
Poucas coisas na vida são tão grandiosas como uma grande paixão. A explosão de sensações, a mistura dos sentimentos, as confusões, a ingenuidade... poucas coisas são tão doces quanto os bombons, os beijos, os abraços, os sorrisos. É nas paixões que se compartilham as dores, somam-se as alegrias e tudo mais faz sentido. Sem tudo isso, não seríamos nada além Sol sem calor ou Lua sem brilho. Teríamos vida, mas não graça. Encontraríamos a felicidade e jamais conseguiria aproveitá-la.
De fato, poucas coisas são tão grandiosas...
Conforme dito, fofo/meigo/bonitinho, não necessariamente nessa ordem. Ainda não há um final, ou um começo definido, mas o que vale é sempre a idéia...